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A greve dos transportadores semi-colectivos, iniciada na manhã de segunda-feira (14), continua a afectar o quotidiano dos passageiros que dependem dos “chapas” para se deslocar dentro da cidade e arredores. A paralisação, que já se estende por três dias, está a ser marcada por operações irregulares e subida nos custos de transporte alternativo.

De acordo com alguns condutores, a principal motivação da greve são as multas consideradas excessivas e cobranças abusivas por parte da polícia de trânsito. Estes, alegam que, apesar das dificuldades do sector, continuam a ser alvo de fiscalizações constantes e penalizações que comprometem os seus rendimentos.

Apesar da paralisação oficial, há registos de alguns veículos que continuam a circular, ainda que de forma tímida e apenas em certos horários. "De manhã ainda conseguimos apanhar chapa, embora seja com dificuldades, mas depois das 10h é praticamente impossível. O pior é o regresso a casa", lamenta kadia Matusse passageira habitual da rota Albazine-Baixa.

Com a redução drástica do número de chapas em circulação, muitos cidadãos têm recorrido ao motocicletas conhecidas como “txopelas”, para voltar para casa, outros optam por regressar a pé. Contudo, o custo do serviço subiu consideravelmente: enquanto o valor habitual de uma viagem de chapa varia entre 15 e 18 meticais, uma viagem de mototáxi chega a custar 50 meticais, representando um peso no bolso dos trabalhadores.

"Estamos a sofrer duplamente, não temos transporte, e ainda pagamos caro para poder se deslocar" reclama um utente

Até o momento, autoridades de transporte e fiscalização ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a situação nem apresentaram propostas de negociação com os transportadores.